2020
Trisha Brown Dance Company
A pandemia do coronovírus acarretou no fechamento das fronteiras de países europeus (e de diversas partes do mundo) no começo de março de 2020. Quando começou a onda de cancelamentos de atividades com aglomerações, a Trisha Brown Dance Company realizava suas primeiras sessões de uma temporada na França, e os integrantes tiveram de voltar às pressas pra casa.
Uma vez separados e em confinamento, começaram a buscar formas virtuais de se encontrar e dar continuidade ao seu trabalho. A companhia decide, então, revisitar a obra "Roof Piece" ("Peça de Telhado", em tradução livre), de 1971. Na performance, Trisha (que morreu em 2017) e mais alguns de seus colegas criavam uma espécie de telefone sem fio dançado no qual, cada um, em um telhado de um prédio, tentava transmitir movimentos para que o outro dançarino repetisse, passasse a movimentação adiante para um outro telhado, e assim sucessivamente. Alguns espectadores também podiam acompanhar a performance dos telhados. Os dançarinos, contudo, se vestiam de vermelho para se destacar da arquitetura/paisagem e para que o público que não soubesse do que tratava pudesse também se relacionar com a ação.
Nesta releitura em confinamento, como nem todos os dançarinos tinham acesso ao um telhado, a companhia entendeu que a distância virtual que o momento determina, parecia ser o fator mais significativo entre a atualidade e a obra de 1971. As ações ocorreram pela plataforma de encontros virtuais Zoom, mas o grupo compartilhou uma edição em vídeo intitulada "Room / Roof Piece", um registro dessa visita ao passado, mas também uma conversa com um possível futuro.
In: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2020/04/trisha-brown-dance-company-propoe-versao-caseira-de-coreografia-roof-piece.shtml
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